JOGOS EM DIRECTO INTER REGIÕES

NAS GRANDES BATALHAS DA VIDA , O PRIMEIRO PASSO PARA A VITÓRIA É O DESEJO DE VENCER

quarta-feira, 24 de março de 2010

MISTER LUIS MOREIRA




Em vésperas de se iniciar o Inter-Regiões, solicitámos a Luís Moreira (mais conhecido nestas lides por Tikinho) que na condição de D.T.R. Masculino de Lisboa nos respondesse a algumas questões de forma a tentarmos saber um pouco mais sobre os objectivos e eventuais angústias que o Timoneiro da nossa Selecção possa sentir a poucas horas de iniciar esta competição.


1- Boa tarde Tikinho, agora que estamos a pouco mais de 24 horas do início desta 34ª edição do Inter-Regiões, quais são as tuas expectativas relativamente ao comportamento dos teus rapazes?
L.M.: Boa tarde Gaspar. Antes de mais muito obrigado pela criação deste blog de apoio a todo o trabalho realizado na APL e em particular ao Hóquei em Patins. As minhas expectativas em termos gerais são as mais elevadas possíveis, porque conhecemos a qualidade destes 10 atletas finais, assim como a qualidade de muitos atletas da Região de Lisboa que nos ajudaram a criar este grande grupo. Por isso não tenho dúvidas de que com humildade, respeito por todas as selecções e uma entrega acima da média podemos acreditar que é possível atingir a Final e depois sonhar em conquistar o título.

2- Que razões encontras para esta semi-travessia do deserto, que Lisboa tem feito nos últimos anos, no que á conquista do título diz respeito?
L.M.: Sobre esta questão vou apenas centrar-me neste dois anos em que estou na APL porque sobre o que foi feito nos outros anos não irei opinar porque acredito que tudo foi feito pelos Seleccionadores anteriores para conseguir o título. O ano passado foi o meu 1ºano enquanto Seleccionador de Lisboa e confesso que cometemos alguns erros decorrentes de ser o 1º ano que nos impediram de atingir o título após uma meia-final muito desgastante com a APPorto mas a verdade seja dita que a forte selecção do Minho foi merecidamente a vencedora no ano transacto. Nestes dois anos fiquei com a clara noção de que podemos e devemos trabalhar melhor nos nossos clubes na Região de Lisboa e devemos nós a APL tentar fomentar a preocupação na formação de técnicos que melhor possam ensinar/formar os nossos atletas em várias níveis que não seja apenas o jogo de hóquei em Patins. E este ano com o lançamento do Projecto Jovens Talentos demonstrámos que estamos preocupados com a qualidade da formação em termos gerais no nosso distrito e esperamos que mais projectos possam ser lançados também pelos Clubes com o intuito de todos trabalharem “together” em Prol do Hóquei Patins Lisboeta. Sem duvida que tem sido uma travessia no Deserto que acreditamos que com rigor, organização, dedicação, planeamento e focalização em vários aspectos além do hóquei em Patins possamos olhar em frente e ver que a “miragem”…...afinal é real!

Esta será a tua 2ª participação na prova, como responsável máximo da Selecção Masculina da A.P.L., essa experiencia irá por certo ser uma maior valia, quais as vantagens que podem daí advir?
L.M.: Conforme disse anteriormente a 1ª participação não correu conforme tinha ambicionado para a estreia, mas foi uma participação muito interessante em termos gerais, em que apenas nos faltaram os detalhes para levar de vencida a valorosa selecção do Minho, que nos bateu nas grandes penalidades. Sem duvida que a experiência do 1º ano é importantíssima para que possamos ajudar os atletas que estarão pela 1ª vez numa prova com esta grandeza.

3- Como analisas e classificas esta equipa que este ano irá representar a APL, assente maioritariamente em jogadores nascidos em 1995 com a honrosa excepção do Rodrigo Campelo, este nascido em 1996?
L.M.: Esta equipa em comparação com a selecção do ano passado é mais homogénea em aspectos físicos, tácticos e técnicos. O ano passado a selecção era muito forte, essencialmente fisicamente mas não tão homogénea nos 10 elementos seleccionados como a deste ano. No entanto sabemos que existe uma diferença muito grande entre atletas de 1995 e os de 1994. Diferença essa que não é tão notória entre atletas de 1995 e os de 1996 mas esta selecção é muito forte porque assenta em atletas que têm estado em todas as Finais Four nacionais e com classificações muito boas.

4- Esta equipa tem por base essencialmente dois clubes, S.L. Benfica e Sporting C.P., julgas que este facto se pode traduzir numa maior valia para a selecção? E de alguma forma, o conhecimento que estes jogadores têm entre eles, facilitou o teu trabalho?
L.M.: Gaspar, a nossa associação é a associação que tem mais clubes a nível Nacional e isso é muito gratificante, mas também faz com que o leque de atletas seleccionáveis seja muito maior que outras associações, que têm a possibilidade de transferir para a selecção um leque de 6/7 atletas de um mesmo clube e isso é naturalmente mais vantajoso. Este ano, tendo em conta o que disse anteriormente sobre a experiência em Finais Four e a qualidade de atletas de 1995 que tanto Sporting como Benfica têm nas suas fileiras, proporcionou a que acontecesse uma maioria significativa de atletas destes dois clubes. E é claro que isso trará dividendos positivos para o trabalho realizado, porque facilita o mesmo visto serem jogadores que jogam juntos nos seus clubes pelo menos desde 2006 e isso é uma mais-valia. É certo que a entrada de outros elementos de clubes que por norma têm estado também em fase finais nacionais complementa o trabalho que realizámos com o objectivo de chegar ao mais alto degrau do pódio.

5- O processo de selecção e preparação deste grupo, iniciou-se em meados de Outubro/09, quais foram as maiores dificuldades que sentiste ao longo de todo este trajecto e qual o balanço que fazes de todo esse trabalho efectuado?
L.M.:Sim, este ano quis começar um pouco mais cedo de modo a que o visionamento fosse o mais abrangente possível e que jogadores de cada clube da nossa associação tivessem oportunidade de estar presente pelo menos num treino da selecção. E isso foi conseguido! As dificuldades são sempre as mesmas que se centram nos sistemas tácticos adoptados por cada clube tendo em conta as novas regras, nas horas de treino bastante disparas entre os atletas seleccionados, no ritmo dos treinos dos mesmo e a dificuldade de conciliar os jogos e treinos dos clubes com horas livres para a selecção. Este ano tentámos pedir aos clubes que agendassem os jogos de iniciados todos aos sábados ou aos domingos de manhã de modo a ser mais fácil termos pavilhões aos Domingos à tarde, para treinar sem causar transtornos ao plano de treinos semanais dos clubes, nem dando demasiada carga aos atletas em treinarem logo a seguir aos jogos, mas infelizmente apenas alguns clubes o fizeram e isso, tem naturalmente impacto no tempo, ritmo e qualidade de treino a ministrar aos atletas. Mas em termos gerais foi possível ultrapassar com nota bastante satisfatória os obstáculos e afirmar que com o apoio de todo o Staff, pais, atletas e Prof. Ricardo Salgado estamos preparados para fazer uma excelente Prova e poder utilizar o slogan de Barack Obama: YES, WE CAN!




6- Já na fase final da preparação, a equipa técnica foi reforçada com a entrada do Prof. Ricardo Salgado, ficando demonstrada a vontade da APL em melhorar as condições de trabalho. Na tua opinião isto serve também de alguma “pressão” aumentando dessa forma a tua responsabilidade no que respeita aos resultados finais a alcançar?
L.M.: A entrada do Prof. Ricardo Salgado assenta numa estratégia definida por nós em termos uma pessoa que estivesse livre e que acima de tudo fosse de uma qualidade inquestionável em termos de preparação/manutenção da condição física e que tivesse experiência na gestão emocional em períodos de alta competição. O Prof. Ricardo é a pessoa certa, no lugar, no momentos e na hora certa! Somos uma equipa e a pressão existe, sempre existiu e sempre existirá em qualquer actividade em qualquer jogo. A vinda do Prof. Ricardo foi para ajudar a minimizar todos os elementos externos que possam influenciar o rendimento dos atletas e apoiá-los na centralização e orientação no seu “core Business”: divertir, jogar e se possível ganhar! Ser treinador de uma grande Associação como a nossa é conviver com a pressão de resultados, SEMPRE!

7- Olhando para o sorteio da prova e tentando “adivinhar” quais os adversários que nos podem calhar em sorte na 2ª fase da prova, onde cada jogo é uma final (eliminatórias), qual a tua análise ao calendário de jogos de Lisboa?
L.M.: Sabes que infelizmente quem dirige a modalidade não tem tido a sensibilidade, do meu ponto de vista, de tudo fazer para que as competições de clubes e de selecções sejam uma montra de divulgação da nossa modalidade, para o público em geral que gosta de desporto e em especial o que gosta de hóquei que procura bons espectáculos e bons jogos.
A questão do sorteio ser puro para mim é contraproducente para o que disse anteriormente e isso levará a que existam grupos muito equilibrados e outros mais desequilibrados em termos teóricos. Neste caso, este ano penso, sem desrespeitar ninguém que temos um grupo mais acessível que o ano passado. Isto porque os nossos jogadores têm uma experiência de mais competição do que as equipas que nos calharam em sorte neste sorteio e isso poderá ter alguma vantagem para nós. No entanto, conforme disse, com respeito, dedicação, entrega e entreajuda poderemos vencer os dois primeiros jogos frente às selecções de Alentejo e Madeira.
Tendo em conta o sorteio, se passarmos em 1º jogaremos com uma selecção bastante forte na 1ª eliminatória que será o Ribatejo, Minho ou Coimbra e caso tenhamos o engenho e arte de levar de vencida essa eliminatória poderemos, em caso de tudo correr conforme as minhas “adivinhas”, jogar novamente com a grande equipa da APPorto que tem como base a excelente equipa de iniciados do FCP, sendo igualmente o seu treinador o Seleccionador Distrital da APPorto, advindo daí uma natural vantagem.
Ou seja, numa realidade virtual poderá acontecer algo semelhante ao que nos aconteceu o ano transacto, após a 1ªa eliminatória e se ganharmos, jogar a meia-final com a APPorto.
Mas confesso-te que a minha prioridade é realizar uma excelente entrada na Prova num belo jogo com a valorosa selecção do Alentejo, que tem uma base de jogadores muito interessante de ser vista e analisada ao pormenor.
E depois, viver a competição jogo a jogo dando espaço aos nossos atletas para se divertirem nas longas horas mortas que teremos após um 1º dia muito exigente com viagem e dois jogos no mesmo dia.
Acredito que haverá jogos muito interessantes nos grupos teoricamente mais equilibrados. Vamos aguardar para ver mas mantendo a nossa confiança de que queremos SONHAR!

8- Com as inúmeras alterações de regras que se registaram no início da época, o jogo tornou-se, em nossa opinião, mais atractivo e “limpo”, achas que Lisboa poderá vir a beneficiar com esse facto?
L.M.: O que se entende por mais atractivo e “limpo”?
É essa a questão que devemos colocar. Mais limpo é os jogadores terem habilidade para “enganarem” mais os árbitros, ou significa que com a interpretação dúbia das novas regras por parte de cada um de nós, agentes desportivos, existem menos faltas graves como existiam?
Jogo mais atractivo, significa mais rápido ou significa mais paragens?
Significa mais golos de movimentações colectivas planeadas ou jogadas únicas e exclusivamente individuais de grandes executantes principalmente em Livres Directos e Penaltys?
Penso que quando conseguirmos definir e aplicar os conceitos e regras da modalidade de modo homogéneo conseguiremos analisar com rigor quem beneficia mais com estas novas regras.
Com a nossa selecção trabalhamos e trabalhámos vários aspectos que poderão tornar o jogo mais limpo e atractivo no meu conceito dos mesmos, mas tudo isso estará dependente de factores mentais, comportamentais, ambientais, físicos e psicológicos dos nossos atletas na interpretação e aplicação do que foi trabalhado.
Por isso Gaspar, tudo faremos para que não existam razões a apontar a Lisboa em termos da nossa adaptação às novas regras e afirmo que se forem bem trabalhadas e melhoradas farão renascer o hóquei para o “um grande espectáculo de entretenimento” como em tempos já o foi para milhões de Portugueses!

9- Quais são para ti os principais candidatos á conquista do 1º lugar da prova?
L.M.: Por tudo o que disse nas questões anteriores, em termos teóricos e de palmarés em títulos de Inter-regiões nestas 34 edições, Lisboa, Porto, Minho, Aveiro , Setúbal e Ribatejo serão os mais sérios candidatos porque os atletas de 95/96 que compõem os seus planteis são maioritariamente de equipas que estão a fazer excelentes campeonatos Nacionais de iniciados e como têm a sua base na selecção será, do meu ponto de vista, essa experiência e conhecimento entre os jogadores que poderá fazer a diferença. Mas factores emocionais e comportamentais de atletas com estas idades nestes 4 dias poderão baralhar esta minha previsão.

10- Agradecendo a tua disponibilidade, aproveitamos para te desejar as maiores felicidades, para ti e para os teus pupilos, dando-te aqui a oportunidade de deixares uma mensagem a todos os amantes da modalidade em geral e apoiantes do Hóquei Lisboeta em particular.
L.M.: Aproveito para agradecer a todos os que nos têm apoiado e enviado mensagens através do Blog ou pessoalmente e espero que o hóquei em Patins consiga nesta competição aparecer um pouco mais no panorama desportivo Nacional e isso cabe a todos nós, enquanto cidadãos e enquanto amantes desta tão esquecida modalidade.
Aos meus “guerreiros” gostaria de deixar uma frase e um texto motivador de um filme fantástico para quem está no desporto deveria ver: Invictus.

Motivem-se e sejam ENORMES nesta vossa etapa:

São frases ditas pelo GRANDE Presidente Nelson Mandela, “Não importa o quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos seja a sentença, eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”

E por fim esta que vos dedico e a todo o Staff da APL, pais e ao meu suporte diário, a minha mulher Filipa:

O nosso maior medo não é sermos inadequados.O nosso maior medo é sermos infinitamente poderosos.É a nossa própria luz, não a nossa escuridão, que nos amedronta.Sermos pequenos não engrandece o mundo.Não há nada de transcendente em sermos pequenos, para que os outros não se sintam inseguros ao nosso lado.Todos estamos destinados a brilhar, como as crianças. Não apenas alguns de nós, mas todos.E, enquanto irradiamos a nossa admirável luz interior, inconscientemente estamos a permitir que os outros façam o mesmo.E, quando nos libertarmos dos nossos próprios medos, a nossa presença automaticamente libertará os medos dos outros"(Nelson Mandela)

1 comentário:

  1. Tikinho, estavas inspirado. Boa sorte para ti e para a rapaziada e sff tragam o caneco.

    Abraço,

    Luis Faria

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